quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Multinacionais, Um Mal A Se Livrar!

Os tecnocratas oficiais alegam que as multinacionais trazem poupança externa e ajudam a promover o desenvolvimento. Ilusão..... boa parte do que elas investem no Brasil vem de lucros gerados aqui dentro. Além disso, há os lucros remetidos para o exterior e as remessas de royalties, assistência técnica, patentes, etc. Resultado: a entrada líquida de dólares é mínima. A contribuição da “poupança externa” é uma balela. E note-se que aí não estão sendo levadas em consideração as importações de mercadorias realizadas pelas multinacionais, que superam em muito as suas exportações. Se incluídas, a saída de dólares seria maior que a entrada. A poupança externa se transformará em sangria de dólares, contribuindo para piorar a situação da dívida externa.

A implantação de multinacionais em um país, aborta o desenvolvimento autônomo de empresas nacionais impedindo seu surgimento nos segmentos que exploram. O que impossibilita a criação de tecnologia nacional e conseqüentemente acarreta na dependência tecnológica criando um ciclo vicioso que atrasa de sobremaneira o país. Outro fator enormemente negativo é sua influência política para consecução de seus interesses; subornando, corrompendo, influindo nas decisões políticas internas de modo a favorecê-las em detrimento dos interesses nacionais. Os governos passam a governar nos interesses delas e não nos interesses da nação, tornam-se governos fantoches manipulados por agentes externos.

Basta recordar Jucelino Kubitchek que sacrificou todo transporte ferroviário em pró do rodoviário afim de favorecer as multinacionais. Mas, os antecedentes de ações criminosas por parte de multinacionais contra os interesses brasileiros é rico; afora os subornos, a influência externa sobre nossos políticos, a evasão de divísas, existe o “Dumping”, quando passam a vender produtos abaixo do preço de custo, com vistas a quebrar o concorrente, e terem em seguida o monopólio do mercado. Foi o que fizeram a Delmiro Gouveia, sua indústria têxtil dominou todo mercado nacional, inclusive, alguns filões externos, desbancando a inglesa “Machine Company”. Finda a I Guerra, a “Machine Company” visa o mercado perdido com a prática de “Dumping”. Delmiro Gouveia após recusar por varias vezes a venda de suas indústrias, é assassinado. Sem mencionar a sabotagem dos ingleses as indústrias de Visconde de Mauá que acabaram por conduzi-lo a falência. E mais recentemente a Gurgel. A Gurgel começou a fabricar carros 100% nacionais (Br 800). Entretanto, a empresa não produzia todas as peças, ou seja, comprava algumas peças fabricadas pelas autopeças brasileiras. As montadoras multinacionais também compravam as peças das mesmas autopeças. Deste modo, as montadoras ameaçaram parar suas compras se as autopeças continuassem a vender para a Gurgel oque acabou por leva-la à falência. Assim agem as multinacionais, a sanha do punhal traiçoeiro.

Outro caso ilustrativo e bem rescente foi em Portugal. Com a entrada de Portugal na União Europeia(UE) a Opel(GM) e a Renault se instalaram em Portugal atraídas por isenções fiscais e mão de obra barata.... durante anos usfruiram desses benefícios colhendo lucros fabulosos sem que o País compartilha-se desses dividendos, pois bem, ano passado, a Opel e a Renault resolveram deixar Portugal e se instalar na Romênia atraídos por incentivos fiscais mais duradouros e mão de obra ainda mais barata.... e Portugal da noite para o dia não tem uma única indústria de automotores(ficou a ver navios, ou seria automóveis).... se quer tecnologia para tal, pois o tempo em que as multinacionais lá estiveram suprimiu o surgimento de industrias locais nesse ramo industrial. Que ao menos fique a lição.....

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Triunfo da Democracia na Venezuela!


Nenhum outro país nas américas pode se jubilar de ser mais democrático do que a Venezuela a frente da sua Revolução Bolivariana. Hoje a Venezuela é oque se chama de "Democracia Semi-Direta", quando o povo é consultado sempre que sobrevir alterações no texto constitucional a aprovar ou não essas alterações. Em 10 anos de governo Chavez, os venezuelanos foram chamados a votar nada mais nada menos do que 15 vezes. É algo que não tem precedentes em toda a história americana(em todos os países das américas).




sábado, 14 de fevereiro de 2009

Caças e Caçadores


"Caça e caçadores" é como podemos classificar a nossa atual classe política, que tem como principal ofício, nos fazer dar boas risadas do picadeiro político que instalou-se no Planalto Central, sediada na capital candanga, e exemplos não faltam, muito pelo contrário, sobram aos montes.


Aqueles que um dia lutaram arduamente contra o regime militar, eram ditos como caças do implacável caçador ditatorial fixado no poder executivo, a ala conservadora do exército, que manifestaram seu poderio de caçador, exilando Goulart e sua equipe de governo para o exterior, além de torturar várias caças, que depois de quatro décadas, voltariam a evidência no cenário político, ascendendo ao poder.


Os homens que lutaram para erguer um Brasil melhor e Soberano, como Brizola, Goulart, Darcy Ribeiro, Tancredo Neves, dentre outras personalidades da vida pública, foram rechaçados pela tirania imposta da ditadura militar, em contrapartida, que outros como FHC, Lula, Dilma, Mercadante, Roberto Freire, transformaram-se em caçadores, espoliadores, entreguistas, que continuam o projeto da Ditadura, de entregar as riquezas de nosso subsolo para os Imperialistas estrangeiros.


O circo político em Brasília é tamanho, que vemos as antigas caças e os antigos caçadores de mãos dadas, Oligarcas e Metalúrgicos do ABC Paulista, e por aí sucedem as aberrações da políticas, que a cada dia envergonha a todos nós, que um dia acreditamos que alguns destes, poderiam fazer de nosso País, um lugar digno de se viver.


Até os partidos políticos, que em um passado não distante, praticavam o ofício democrático de difundir o idealismo político nas instituições do poder público, hoje não passam de simples legendas de aluguel, que vendem as siglas partidárias a baixo custo, infestando-os de bandidos que sem nenhum escrúpulo, transformaram as militâncias partidárias em iscas, para graduar futuros espoliadores, incitando-os aos arrombos financeiros, pintando e bordando com o dinheiro público.


Cabe a nós do Nacional-Trabalhismo, romper com estes vermes, que fazem da nossa "democracia", um completo picadeiro de palhaços que um dia foram inimigos, e hoje andam juntos, caminhando em um mesmo compasso, e objetivando uma única meta, flagelar o Brasil.


Ontem eram a caça, e hoje são os caçadores.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Discurso do Governador Roberto Requião.

Começo esta intervenção com um desabafo.
Em janeiro de 2003, assumi mais uma vez o Governo do Paraná. E, logo de entrada, suspendi o pagamento de vários contratos que estatais paranaenses mantinham com empresas multinacionais. Contratos, por exemplo, na área de energia, firmados entre a Copel e a espanhola Endesa e as norte-americanas El Paso e NRG Energy. Contratos que, se mantidos, levariam a nossa Copel à insolvência e, na seqüência, certamente, à sua absorção por uma dessas gigantes globais.
O mundo caiu sobre minha cabeça. O glorioso jornal que um dia foi dos Mesquita, o “Estadão”, chegou mesmo a criar um novo indicador, o “Risco Requião”. Fui brindado com toda sorte de epítetos, o mais doce deles dizia-me “dinossauro”. Na verdade, à época, éramos todos, os que se opunham ao modelo que o capitalismo globalizava, “dinossauros”. Saurisquianos, ornitisquianos, ultrapassados, atrasados, gente que perdera o passo na história, deslocados no tempo, fora de órbita, extintos.
Revisar contratos lesivos ao interesse público, afinal, era uma das mais graves heresias contra o “modelo”. Sacralizaram, dogmatizaram as regras impostas pelo mercado; transformaram em suas as razões do lobo, porque, mesmo à jusante, sentiam-se participantes, vozes ativas da “nova história”. Ou do “fim da história”, essa monumental besteira que andaram inventando, o que dá a medida de quão medíocres foram esses tempos.
Aprendi, com amargura, o significado de “pregar no deserto”. O pensamento único patrulhava, acuava, buscava ridicularizar, constrangia as críticas ao modelo e descartava como ignorante toda observação sobre os riscos do cassino global, sobre a insanidade do jogo nas bolsas, sobre a especulação sem regras ou limites.
Até mesmo o mais analfabeto, boquirroto e fronteiriço dos comentaristas de rádio, entre a douta opinião sobre o jogo de futebol de domingo e a cena de sangue no boteco da esquina, julgava-se qualificado para falar desse maravilhoso mundo novo das corporações, das cotações, dos contratos, das desregulamentações. E depois de uma vergalhada no bandeirinha e na polícia, uma ripada no governo que “descumpria contratos e colocava em perigo os investimentos estrangeiros no Brasil”.
Parecia o fim do senso crítico, do bom senso. Estarrecidos, presenciávamos as apostasias, a atração hipnótica do “bezerro de ouro”. Gente importante, com certa biografia, de antiga militância, desmamando-se de suas crenças, de velhos compromissos. Alguns, aliviados, apressados na adesão. Outros, tocados pelo anseio ao pertencimento, enturmando-se com os pregoeiros do novo liberalismo, sôfregos para serem aceitos e perdoados por seus desvios juvenis.Todos eles, como no poema de Fernando Pessoa, homens graves, responsáveis, confiáveis, cumpridores de deveres. E de contratos. Pacta sunt servanda, era o lema de todo o entreguista, dos entusiastas do desenvolvimento dependente.
Assim eram aqueles dias. Todos eufóricos, todos orgulhosos dos sólidos fundamentos da macro-economia. E chibata em quem se opunha, que ousava dizer que o rei estava nu.Concluído esse desabafo, registro que poucas vezes em minha vida fui tão duramente, desrespeitosamente combatido como naqueles dias. Especialmente por minhas críticas à especulação financeira, à jogatina nas bolsas, à prevalência da usura, da agiotagem sobre a produção, sobre o trabalho.Mas, eis aí esse modelo de capitalismo fazendo água: o molde que tem no capital financeiro, na especulação financeira seu eixo. Que se impôs, sobrepôs, expandiu-se, reinou a partir dos anos 80, os gloriosos anos Reagan-Tatcher. Que se alastrou com velocidade ainda maior com o fim da União Soviética.
Na verdade, o modelo já trazia no ventre o DNA da crise. Desde sua concepção e gestação foi uma fraude, um engodo, uma mentira. Qual é a idéia? A idéia é a globalização do capitalismo, sua universalização, com a livre mobilidade dos fatores de produção, do capital e do trabalho. A libertação, sem peias, sem embaraços das forças de produção.
E assim foi?
Para o capital, sim. Para ele, a mais irrestrita mobilidade. Todas as barreiras quebradas para o seu trânsito, para a sua circulação. Sem regulamentos, sem regras, sem condicionantes. Libérrimo, avassalador.
Mobilidade para o trabalho? Fator trabalho? Ora pois, direis, ouvir estrelas...
E que capital mais avidamente, mais rapidamente apropria-se da renovação tecnológica, por exemplo, da incrível velocidade da internet, para circular? O capital financeiro. E, a partir daí, constrói-se um modelo onde a economia real não é considerada, não é levada em conta. As bolsas e a especulação a substituem.
Quer dizer, a globalização capitalista, a idéia da livre mobilidade dos fatores de produção esfuma-se, dissolve-se na voragem insana da roleta da especulação financeira.
E nós, o terceiro mundo, somos compelidos – e os nossos governos cedem – a aplicar políticas econômicas de subordinação a esse modelo, deixando nossas populações à mercê das altas, das baixas, das quebras das bolsas. Do bom ou mau humor do mercado, de suas idiossincrasias, de seus suspiros, respiros e resfriados. De seu nervosismo. Nada mais me intriga quando dizem que o mercado “amanheceu nervoso”. Essa antropomorfização do mercado sempre me espantou.
E dá-lhe teoria da dependência como fator de desenvolvimento.
Temos, então, aquela cena já clássica, onde se vê um rapaz, na faixa dos vinte e poucos anos, recém-graduado ou graduando em economia, com um computador na mão, detonando, em um só clique, a economia deste ou daquele país asiático ou latino-americano, como se brincasse com um playstation.
Uma das barreiras que a globalização capitalista tratou de, primeiramente, por no chão, foi o Estado. Desguarnecido de proteções, o Estado – notadamente os do Sul – transformou-se em presa inerme frente ao avanço dos especuladores. Na verdade, não é apenas ao capital financeiro e sua necessidade vital de liberdade de ação que interessa o enfraquecimento do Estado. A internacionalização do neoliberalismo também precisa de Estados débeis, impotentes na defesa dos interesses nacionais e populares, mas fortes na defesa do capital global.
Daí todo um arcabouço jurídico, leis e decretos, medidas provisórias, emendas e reformas constitucionais introduzidas para – como eles dizem – “criar um ambiente propício aos investidores”.
Daí a privatização da Justiça, com os Tribunais Arbitrais substituindo as cortes internacionais, e decidindo sempre a favor do capital. Essa avaliação não é minha. É do insuspeito New York Times.
Dessa forma, espalha-se pelo planeta uma nova síndrome de imunodeficiência, que contamina, debilita, prosta os Estados e suas instituições.
Diante disso, não compartilho com o entusiasmo de alguns que se comprazem quando o Estado norte-americano, os Estados europeus e asiáticos intervêm na crise, propondo medidas que parecem contra-senso em relação aos preceitos neoliberais. Alguma regulação para evitar o desvario dos especuladores não quer dizer revigoramento do Estado. Socorro ao sistema financeiro, para que tudo o mais não sossobre, não seja levado na enxurrada da crise, não quer dizer reavivamento do Estado.
Na verdade, é o Estado cumprindo o seu estrito papel, sua razão de ser, segundo o ponto de vista dos neoliberais, que é o de dar sustentação ao capital financeiro.
Logo, acho um tanto quanto imprudente esperar que crise financeira de hoje resulte, como a crise de 1929, em uma revisão profunda do papel do Estado e que tenhamos de volta qualquer coisa assemelhada ao Estado de Bem-estar Social. Enfim, perdoem-me o pessimismo, mas não vejo nenhuma chance para o senhor John Maynard Keynes.
Ou os senhores acham que as razões políticas, econômicas e, principalmente,ideológicas, que levaram ao estraçalhamento do welfare state debilitaram-se com a crise atual? Não acredito.
Como Gramsci recomendava, devemos ser pessimistas na análise, e otimistas na ação.As mudanças que levaram ao fim do Estado de Bem-estar Social tinham um objetivo muito claro: reduzir os comensais à mesa. Afinal, o Estado de Bem-estar Social não deixou de ser um Estado capitalista, uma sociedade de classes, com contradições de classe. E quando o pão tornou-se escasso, findaram-se todas as veleidades distributivistas. Aquela coisa híbrida, um pouco disso e um tanto daquilo, desapareceu e impôs-se a crua realidade de uma sociedade de classes, com cada qual em seu galho. Como dizia Joe, o encanador de Mc Cain, isso de distribuir riquezas é coisa de comunista.
Concentrar rendas, cortar gastos com saúde, educação, moradia, reduzir direitos trabalhistas, ou, como dizem eufemisticamente, “desregulamentar o trabalho”, aumentar a mais-valia são as defesas do modelo fracassado.
Acredito, no entanto, que a crise fortaleça os nossos pontos de vista, o ponto de vista daqueles que estão comprometidos com a vida e o destino de nossa gente, com as pessoas. Se não temos a pretensão de eliminar as desigualdades, nas quadras deste sistema, podemos reduzir essas desigualdades, fazer com que o mundo seja menos áspero, menos brutal.
A crise, enfim, é a grande oportunidade para discutir e formular alternativas, para buscar um outro caminho, para construir esse outro caminho. Esta crise tem que nos levar a um novo modelo de Estado.
De todo modo, como a crise está aí, devemos pensar o que fazer agora, que medidas para enfrentar, no curto prazo, os efeitos da dêbacle. Submeto à discussão algumas idéias. Não são originais, mas são as melhores que surgiram até agora.Por exemplo, a estatização do crédito. Em vez de ficar repassando dinheiro para os bancos investirem em Letras do Tesouro, o Estado deve assumir a condução de uma política de financiamento extremamente agressiva, forçando também os bancos a abrirem linhas de crédito para o empresariado brasileiro, especialmente para a indústria. Cadê a famosa política industrial que nunca sai do papel? É possível fazê-la deixar de ser letra morta, com o direcionamento do crédito, com o seu controle. Afinal, sem industrialização não há desenvolvimento, como é óbvio.
É a encruzilhada de nosso destino como nação. Fortes, maciços investimentos industriais, criando com isso condições para o desenvolvimento real, ou selamos a nossa história como meros produtores de commodities agrícolas, consolidando a nossa augusta presença no mundo subdesenvolvido, do atraso, da periferia. O Brasil reduzido a espaço para as plantations das multinacionais.
Fico imaginando a reação de alguns setores a propostas como essa. Fala-se em estatizar e já se notam ataques de urticária incomodando as patrulhas neoliberais, em especial em nossa gloriosa mídia, sempre alerta, eternamente vigilante. Pouco se dá que os países centrais façam exatamente isso. Eles podem, aqui é sacrilégio.
Além do mais, condoem-se, apiedam-se dos bancos. Ainda que, no terceiro trimestre deste ano, os bancos tenham lucrado mais que todos os outros setores da economia somados. Isso mesmo, os ganhos de 15 bancos foram superiores aos ganhos de 201 grandes empresas não financeiras.
Quando a agiotagem, os juros, a especulação dão mais resultados que a produção é sinal de que alguma coisa não vai bem. Citando Luiz Gonzaga Beluzzo, em uma entrevista à Carta Maior: “É preciso deixar de lado a esperança liberal de que os bancos vão agir em benefício da sociedade e do desenvolvimento. O Governo tem que injetar crédito na veia do setor produtivo (...)”.
Desenvolvimento industrial e investimentos em infra-estrutura. Há quantos séculos clamam-se por investimentos em infra-estrutura, em nosso país? É uma dessas ladainhas que se repetem enfadonhamente há tanto tempo. Pois bem, ainda hoje, 60 por cento de nosso território não são acessados por estrada de ferro, rodovia ou avião. E não têm energia elétrica ou telefone. Não existe nenhuma chance de construirmos uma economia forte, um país plenamente desenvolvido, socialmente equilibrado com deficiências de infra-estrutura tão grandes. Outro ponto é o controle do câmbio. Centralização e controle. Um país que pretenda ser zeloso de sua soberania, senhor de suas decisões na área econômica, não pode deixar o câmbio solto, sem vigilância, submetido aos azares da sorte. Como propõe o professor Lessa: todas as operações cambiais deveriam ser centralizadas no Banco do Brasil, cabendo ao Banco Central esclarecer as circunstâncias dos fluxos. O país precisa saber, sua soberania exige que saiba, as condições de todas as operações de câmbio.
Acrescentaria aqui mais uma proposta: a desoneração do consumo. Uma reforma tributária que diminua os impostos sobre os bens de consumo que o salário compra. Estou fazendo isso no Paraná. Estou reduzindo de 25 e 18 para 12 por cento o ICMS sobre 95 mil produtos de consumo dos assalariados. Ao mesmo tempo, para equilibrar a arrecadação, elevo alíquotas de produtos que não influam diretamente sobre os preços do que os assalariados consomem.Numa circunstância como essa, é fundamental manter e estimular o consumo, o que significa manter a produção, manter os empregos.
Enfim, a parte que nos cabe é empreender o nosso próprio projeto de desenvolvimento. Ao tempo que em tomamos medidas que diminuam o impacto da crise sobre nós, devemos desatrelar o nosso destino da globalização neoliberal. Temos nas mãos uma dessas chances raras que o destino reserva aos povos: o petróleo do pré-sal. Esse petróleo tem que ser da Nação. Extraído e refinado pela Petrobras, é verdade, que deve receber por isso, é verdade, mas cujo resultado financeiro final deve ser apropriado pela Nação e aplicado em seu projeto de desenvolvimento.
A pergunta que fica é se a crise levará os ditos países centrais, com o concurso dos tais emergentes, a adotar medidas de controle do capital financeiro. Confesso ceticismo. Sempre desconfio da excessiva carga dramática desses momentos. Essa eletricidade aos poucos se dissolve e, por fim, impõe-se a solução lampedusiana, gattopardiana.
Da mesma forma que mantenho meus pés devidamente atrás quando ouço falar em colapso norte-americano, fim do império e coisas do gênero, que mais expressam desejos, aspirações que a realidade dos fatos.
Termino com uma citação de Noam Chomsky, que resume bem o que foi – e ainda é – a doutrina que sustenta o fundamentalismo do livre mercado. Segundo ele, a liberalização financeira teve efeitos muito além da economia. Constituiu-se também em uma arma poderosa contra a democracia. O movimento livre dos capitais criou um verdadeiro “parlamento virtual” de investidores e credores, que controla de perto os programas governamentais e “vota” contra esses programas, quando os considera “irracionais”, e são “irracionais” quando beneficiam o povo, a nação, e não o poder privado, os especuladores.
Queria ainda fazer algumas observações sobre o comportamento da nossa mídia diante da crise. Depois de tanto ridículo, de tanto vexame, será preciso?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Nacional-Trabalhismo Brasileiro por Getúlio Vargas - 3° Parte.


Em 29 de novembro de 1946, em um comício do PTB realizado em Porto Alegre. Vargas Atribuiu sua queda aos:

"agentes da finança internacional, que pretende manter o nosso país na situação de simples colônia, exportadora de matérias-primas e compradora de mercadorias industrializadas no exterior".

No seu discurso na convenção do PTB em 10 de março de 1947, realizado no Rio de Janeiro, Getúlio define vários aspectos do programa do partido:

"Consideramos os valores do capital não preponderantes sobre os valores do trabalho. (...) Esse partido é nacionalista, mas seu nacionalismo é diferente e não agressivo (...); é essencialmente democrático. E por ser democrático compreende a necessidade da existência dos outros partidos, praticando a norma básica da democracia, que é o respeito à vontade e à opinião alheia."

Afirmou que a democracia não sobreviveria à crise "sem uma planificação econômica e social", acrescentando ser ponto vital do programa do partido "a planificação de nossa economia".

Insiste que o partido não era "o reflexo nem a projeção da minha personalidade" e sim:

"o sentimento consolidado pela legislação que afirmou a consciência política do socialismo no Brasil. Não é a vontade de um homem e sim a opinião das massas e a cristalização das leis sociais que devem ser cumpridas..., a estrutura política do direito trabalhista".

Proclamando que:

"ele é o partido dos trabalhadores e não dos políticos. Para aqueles devem ser franqueadas todas as portas e seus postos de comando ocupados pelos verdadeiros leaders das classes".

Definiu a posição do PTB como "elemento de equilíbrio entre o comunismo, organização gregária destituída de idealismo construtor, e os outros partidos que, por injustificadas prevenções personalistas, deixam penetrar em suas muralhas o 'cavalo de Tróia' do credo vermelho", e garantiu nada mais aspirar na vida política do Brasil:

"Desejo apenas, antes de me afastar inteiramente da vida pública, deixar no Partido Trabalhista Brasileiro um componente novo, uma força de equilíbrio que atenda às aspirações dos trabalhadores e eleve a nossa cultura como a expressão doutrinária do socialismo brasileiro."

Então, Vargas Proclama a existência de duas espécies de democracia:

“A velha democracia liberal e capitalista (...), em franco declínio porque tem seu fundamento na desigualdade" e a "democracia socialista, a democracia dos trabalhadores. A esta eu me filio. Por ela combaterei em benefício da coletividade.".

No Brasil, disse Vargas, imperava a democracia capitalista:

"comodamente instalada na vida, que não sente a desgraça dos que sofrem e não percebem, às vezes, nem mesmo o indispensável para viver. Essa democracia facilita o ambiente propício para a criação dos trustes e monopólios, das negociatas e do câmbio negro, que exploram a miséria do povo (...). Essa espécie de democracia é como uma velha árvore coberta de musgos e folhas secas. O povo um dia pode sacudi-la com o vendaval de sua cólera (...). Tendo que optar entre os poderosos e os humildes, preferi os últimos"

Getúlio tinha em vista a extensão das leis trabalhistas ao campo, o que significava:

"manter e ampliar as conquistas alcançadas pacificamente, sem o apelo à luta de classes, em favor dos que trabalham e produzem".

Mais do que a recusa da luta de classes, pregou a colaboração de classe:

"O capital e o trabalho não são adversários e sim forças que se devem unir para o bem comum" (Recife, 27 de agosto).

Entretanto, seria necessário superar o liberalismo clássico:

"O que existe, defendida intransigentemente pelos velhos partidos, com novos rótulos, é a democracia política, baseada em leis que lhe asseguram, o gozo de privilégios para oprimir e explorar o trabalho alheio. O trabalhismo brasileiro surgiu, assim, como uma afirmação contra a máquina montada em nome da liberdade política, com sacrifício da igualdade social" (São Paulo, 10 de agosto)."

No mesmo discurso feito em São Paulo, Vargas descreveu o que seria a democracia socialista que se viabilizaria através do Trabalhismo:

Uma democracia "que se define na prática efetiva do bem comum, na conciliação humana entre o capital e o trabalho, no amparo aos que lutam pela vida, na assistência à saúde e ao bem-estar do povo, sob todos os seus aspectos, na socialização dos benefícios que a civilização trouxe ao mundo e - principalmente - na conservação do nosso estilo de vida, que é o da fraternidade, pela máxima cristã do amai-vos uns aos outros".

Condicionando o direito a propriedade a sua função social:

"O direito da propriedade da terra ficará, assim, subordinado ao bem-estar e ao progresso social."

Democracia socialista, insista-se, nada teria a ver com luta de classes:

"Nem a ditadura do proletariado, nem a ditadura das elites. O que a sociedade moderna aspira é o trabalhismo, ou seja, a harmonia entre as classes, a democracia com base no trabalho e no bem-estar do povo" (Araçatuba, SP, 12 de setembro).

Prega então o Trabalhismo como meio de se alcançar a Democracia Socialista:

E "a ação trabalhista poderá ser a meia-estação entre o capitalismo e o socialismo" (Porto Alegre, 9 de agosto).

O Partido Trabalhista Brasileiro é uma força orgânica e construtiva, a serviço dos legítimos interesses do povo. Nele não cabem nem pendores extremistas, nem inclinações reacionárias. Sua finalidade não é dividir, mas harmonizar, pois não visa à revolução social e sim à paz e à harmonia da coletividade, dentro de uma concepção mais justa e mais humana dos direitos do indivíduo" (Carazinho, RS, 21 de setembro)

"Tenho 67 anos e pouco me resta da vida. Quero consagrar esse tempo ao serviço do povo e do Brasil. Quero, ao morrer, deixar um nome digno e respeitado. Não me interessa levar para o túmulo uma renegada memória. Procurarei, por isso mesmo, desmanchar alguns erros de minha administração e empenhar-me-ei a fundo em fazer um governo eminentemente nacionalista. O Brasil ainda não conquistou a sua independência econômica e, nesse sentido, farei tudo para consegui-lo. Cuidarei de valorizar o café, de resolver o problema da eletricidade e, sobretudo, de atacar a exploração das forças internacionais. Elas poderão, ainda, arrancar-nos alguma coisa, mas com muita dificuldade. Por isso mesmo, serei combatido sem tréguas. Eles, os grupos internacionais, não me atacarão de frente, porque não se arriscam a ferir os sentimentos de honra e civismo de nosso povo. Usarão outra tática, mais eficaz. Unir-se-ão com os descontentes daqui de dentro, os eternos inimigos do povo humilde, os que não desejam a valorização do homem assalariado, nem as leis trabalhistas, menos ainda a legislação sobre os lucros extraordinários. Subvencionarão brasileiros inescrupulosos, seduzirão ingênuos inocentes. E, em nome de um falso Idealismo e de uma falsa moralização, dizendo atacar sórdido ambiente corrupto que eles mesmos, de longa data, vêm criando, procurarão, atingindo minha pessoa e o meu governo, evitar a libertação nacional. Terei de lutar. Se não me matarem....” – Getúlio Dornelles Vargas.






Oque é Trabalhismo? - 1° Parte.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Trabalhismo Brasileiro, Antecedente. - 2° Parte de 3.

O Trabalhismo Brasileiro deita raízes no “castilhismo”, fortemente influenciado pelo positivismo e os ideais republicanos de feição federalista, os quais, se colocavam como herdeiros diretos dos revolucionários farroupilhas.

Júlio Prates de Castilhos, foi o maior doutrinador republicano do Brasil, com suas pregações positivistas, sociais e centralizadoras do Estado. Presidente(equivalente a Governador atualmente) do Rio Grande do Sul de 1891 à 1898, período em que se notabilizou pela elaboração da Constituição Estadual do Rio Grande do Sul de 1891 de teor sociocrático, elaborada quase que exclusivamente por Júlio de Castilhos, inspirando-se nos princípios positivistas de Augusto Comte.

A Constituição Estadual do Rio Grande do Sul de 1891, denominada “castilhista”, elencava como principais pontos: a centralização do poder no Executivo, inclusive as tarefas legislativas, como por exemplo, a elaboração de leis, e conseqüente redução da assembléia política à votação dos orçamentos; a continuidade administrativa garantida pela reeleição do governante; incorporação do proletariado e das forças econômicas ao Estado.

No positivismo a concentração de poder nas mãos do governante, permite a existência de um regime capaz de promover o bem estar social, garantido pela responsabilidade moral dos depositários do poder. A sociedade, a partir daí, será racionalmente estruturada, de modo “científico” permitindo-se então a instauração da ordem moral que resultará necessariamente em progresso.

A centralização do poder no executivo daria não somente a força necessária para a manutenção da ordem, como também o exercício das tarefas legislativas e a chamada continuidade administrativa, pois, além da constituição gaúcha permitir a reeleição do governante, ainda garantia a possível nomeação do substituto eventual pelo mandatário titular.

A detenção do poder legislativo pelo executivo perde a sua temporalidade e tem sua continuidade assegurada: o povo perde a sua soberania, em nome de uma ordem que tem como garantia unicamente a responsabilidade moral atribuída ao ditador. Este ditador, nada tem do déspota e a vinculação destes dois conceitos é atribuída aos preconceitos democráticos. A adaptação da ditadura comteana visava então conduzir o povo ao estado positivo, a verdadeira sociocracia, na qual a racionalidade se impõe, contra quaisquer elementos teológicos, metafísicos e históricos definitivamente superados.

Na Constituição Castilhista o Presidente do Estado possuia os mesmos poderes do ditador comtiano. A única diferença estava em não haver um cargo perpétuo, substituída pela reeleição contínua, o que ocorreu com seu sucessor, Borges de Medeiros.

Júlio de Castilhos pode assim, empreender um governo modernizador que suprimiu a estrutura coronelista vigente, consolidando a ideologia republicana no Rio Grande do Sul, implantando a educação elementar universal com ensino público e obrigatório que fez do Estado o de menor índice de analfabetismo, a intervenção do Estado na proteção dos trabalhadores, o incentivo e regulação da economia fazendo do Rio Grande do Sul a segunda maior economia do país em fins do Séc. XIX.

Borges de Medeiros sucedeu a Júlio de Castilhos por indicação deste, assumindo em 1903, dando continuidade a política castilhista promovendo a estatização de serviços públicos, como o transporte ferroviário e obras portuárias, até então a cargo de companhias internacionais. Em 1928 Borges indica o nome de Getúlio Vargas para sucedê-lo.

Em suma, a intervenção do Estado na proteção dos trabalhadores, na economia e o aparato social, é o grande legado do castilhismo ao Trabalhismo Brasileiro que será posto em prática por Vargas.
Oque É Trabalhismo? - 1° Parte:

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Humor:

As brasileiras, são mulheres lindas e maravilhosas mas não para o padrão Americano de qualidade. Alimentando-se basicamente de hamburgueres e batata-frita e com 60% da população acima do peso esta baleia abaixo não esta em extinção:

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A História da Resistência Nacionalista - Lula Filhote do Golbery!

A História recente da Resistência Nacionalista. A deposição de Vargas em 1945; seu suicídio em 1954; a deposição de Jango em 1964; a lei de anistia em 1979 e as eleições de 1989 são eventos completamente interligados. 

 1945 foi o marco da dominação imperialista. Até então os ianques não tinham obtido êxito em seus intentos. Getúlio foi deposto sob a sombra de Trumam. 

 Em 1954 , o imperialismo já estava completamente infiltrado no Estado, em meio as instituições democráticas, como as Forças Armadas. Tramaram outro Golpe contra Getúlio, exigiram sua renúncia, mas esse, com um golpe de mestre, reverteu o jogo e impediu que o golpe, que viria depois de 10 anos derrubar Jango, vingasse. 

Ora, mas o que Jango teria haver com Getúlio? Era um comunista!! Não é verdade. Jango foi introduzido na politica por Vargas. Era um representante do getulismo. Sua politica se pautou fielmente na Carta Testamento de Vargas. Essa carta é o que selou os ideais de Getúlio a Jango e Brizola. Sim. Os comunistas apoiaram Jango. Assim como os integralista apoiaram Vargas em 1937 na instauração do Estado Novo. Mas não significa que eram comunistas. Sua ideologia eram pautadas no Castilhismo-Trabalhista. Tanto é que a proposta de reforma de bases de Jango não carregava em seu bojo a extinção da propriedade privada, pressuposto básico para uma suposta "ditadura marxista". 

O Golpe de 64 foi um novo tiro no peito de Getúlio. Seguiram-se os anos pós-64 e o objetivo de sepultar a ideologia trabalhista continuou. Passaram a taxar Getúlio, como um: "ditador com tendência nazi-fascista"; e Goulart e Brizola como: "comunistas". A intelectualidade paulista (notadamente egressa da USP) se uniu aos militares entreguistas, tratando de cumprir o designo ianque. 

Paralelamente a isso, um nicho maçônico no seio militar,  vendidos aos EUA, cuidaram pra que se criasse uma liderança que desse continuidade no processo de desnacionalização do país. O general Golbery, e Delfim Neto, cuidaram pra que Brizola, único descendente do Getulismo vivo, não conseguisse agregar a liderança trabalhadora, tal como haviam sido Getúlio e Goulart. Cooptaram Luiz Inácio da Silva, o Lula, para missão, dando-lhe a oportunidade de fazer cursos de sindicalismo em Baltimore Estados Unidos, na Johns Hopkins University em 1972/73. Como diz seu amigo, Mário Garnero, em seu livro Jogo-Duro:
[..] Na universidade americana, até hoje, todos se lembram de um certo Lula com enorme carinho... Além dos fatos que passarei a narrar, sinto-me no direito de externar minha estranheza quanto à facilidade com que se procedeu a ascensão irresistível de Lula, nos anos 70, época em que outros adversários do governo, às vezes muito mais inofensivos, foram tratados com impiedade. Lula, não – foi em frente, progrediu...Lula foi a peça sindical na estratégia de distensão tramada pelo Golbery – o que não sei dizer é se Lula sabia ou não sabia que estava desempenhando esse papel. Só isso pode explicar que, naquele mesmo ano, o governo Geisel tenha cassado o deputado Alencar Furtado, que falou uma ou outra besteira, e uns políticos inofensivos de Santos, e tenha poupado o Lula, que levantava a massa em São Bernardo. É provável que, no ABC, o governo quisesse experimentar, de fato, a distensão. Lula fez a sua parte [..] 
1979 vem a lei de anistia. Curiosamente, permitem que partidos comunistas, que motivou o golpe, entrassem para a legalidade. Partidos que abrigavam esquerdistas marxistas. Uma contradição? Não não.. o objetivo dos orquestradores do golpe não era atacar o comunismo, mas sim o Getulismo. 

Com Brizola ainda vivo, cuidaram para impedir que ele herdasse sua natural sigla do PTB. Criaram o estigma de velho, ultrapassado, rancoroso ao mesmo tempo em que se consolidava na mídia a subcultura do Jovem. 

Em 1989 essa subcultura do jovem triunfou. Fora a dupla derrota. Do getulismo e do artificialismo de lula. Pragmaticamente, foi a derrota do Brasil.

No poder, Lula mostrou quem é. Nomeou desde o início um neoliberal, ex-presidente do Bank Boston, PSDBista, para exercer o comando do Banco Central (órgão vital para a economia), levando sua estirpe, os banqueiros, a obter lucros inimagináveis; praticou uma politica fiscal superavitária, quitando dívidas antecipadamente com o FMI, em valores mais altos do que seriam devidos a longo prazo, e redistribuindo nossos impostos para as oligarquias ávidas por títulos públicos. Os bancos regionais, com cumplicidade dos respectivos governadores, foram privatizados, se solidificando o cartel de Bancos no Brasil.

Se a politica econômica é composta pela politica fiscal e monetária, podemos afirmar que a politica PTista é uma politica neoliberal, apoiada numa bandeira vermelha que venda os olhos dos trabalhadores e dá continuidade ao processo de desnacionalização do nosso País.


Artigos correlatos:


Oque é Trabalhismo? - 1° Parte de 5.


O Trabalhismo é a forma de atuação política dos trabalhadores organizados. Não importa o que o partido esteja momentaneamente defendendo, pois seu caráter trabalhista é dado pela ligação orgânica com os sindicatos e deste com os trabalhadores. O Trabalhismo tem início na Inglaterra. Em 1893, é organizado o Partido Independente dos Trabalhadores(Independent Labour Party). O Partido contemplava como objetivo final o Socialismo, mas, sua atuação prática se voltava na defesa dos problemas imediatos dos trabalhadores dentro do capitalismo.
No Brasil, o Trabalhismo surge como uma proposta de Estado através de Getúlio Vargas no bojo da Revolução de 30, diferentemente do que se observa na Europa que surge por iniciativa dos próprios trabalhadores.
Getúlio Vargas é o grande artífice desse processo, criando o Ministério do Trabalho(algo que antes no dizer do presidente Washington Luís, era apenas um "caso de polícia"), o governo revolucionário então reúne várias leis esparsas, de lavra própria já criadas juntando-as, ampliando e aderindo novos direitos aos trabalhadores criando uma nova relação de trabalho que se materializa na CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, marco sem precedentes na História do Brasil. A CLT foi para os trabalhadores oque a Lei Áurea foi para os Escravos.
Pela instituição do Estado-Novo e consequente ausência de partidos políticos, a legislação sindical estabelece vínculos orgânicos entre os sindicatos e o Ministério do Trabalho. Com isso o Estado relacionava-se diretamente com os trabalhadores.
Com o golpe que depois Getúlio, pondo fim ao Estado Novo, Getúlio tratou de organizar o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, afim de preencher a lacuna de representação dos trabalhadores no novo cenário político que se formava. É com a adesão de Getúlio ao PTB, que o trabalhismo incorpora o ideário nacionalista de Vargas. O PTB não será apenas um meio para pleitear reinvindicações trabalhistas ele será o próprio bastião de defesa do projeto político de Vargas para o Brasil é oque podemos chamar apartir de então de Nacional-trabalhismo Brasileiro.
O Trabalhismo Brasileiro, Antecedentes - 2° Parte de 5:

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Os coronéis atacam


Os coronéis que sempre estiveram em evidência no cenário político brasileiro, dos tempos de Monarquia Brasileira, até os dias atuais, concentraram forças no poder moderador, e José Sarney é a bola da vez, instalado no Senado desde o fim de sua estadia no Planalto Central, esteve no Senado Federal durante os tempos da ditadura militar, efetivado como Senador biônico, e depois como Presidente da república ao assumir o cargo de poder executivo, após a morte de Tancredo, e se mantendo no poder, por quase 20 anos ininterruptos, mesmo após o término de seu mandato, acompanhando de perto os sucessivos desgovernos Neo-Liberais, do caçador de marajás, até o metalúrgico, como Senador pelo Amapá.

Sarney é um modelo clássico de que os Coronéis são um câncer ao país, figuras que sinalizam com muita clareza, os desníveis sociais, as concentrações de renda e de terra, o retrocesso político e histórico ao perído da república velha, monopolizando o poder político de um estado nas mãos de poucos, desfigurando a unidade nacional, quando fazem dos estados, seus currais eleitorais e economicos, dentre outras intermináveis mazelas que assolou o Brasil por séculos, e que parece não ter um desfecho favorável aos cidadãos e cidadãs de bem deste país.

Os coronéis, os Udenistas, os supostos "sociais-democratas", as lideranças da força sindical, e todos estes grupos de oportunistas interesseiros, andam de mãos dadas, caminham juntos para uma mesma direção, são todos artistas do circo que virou a política Brasileira, e no dia de ontem, o circo da política Brasileira decretou um novo ato, retirou um conhecido coronel de seu esconderijo, recolocando-0 em uma posição de destaque nas manchetes em todo o país, empossando-o como um poder moderador.

Exemplos de coronéis como Sarney, são a antítese do modelo nacionalista que o Brasil tanto necessita, e cabe nós, povo brasileiro, decidir o futuro deste, e de todos os coronéis, fazendo bom uso de nossa única arma, o voto, principalmente para o Senado Federal, são lá que nossos Coronéis concentram forças, uma vez que os princípios da democracia não permitem a efetivação de cargos vitalícios dentro do poder executivo.

Nova vitória dos coronéis, sob a égide de Sarney.

A Saga do 1° Carro 100% Nacional! - Tributo a Vida de João Amaral Gurgel.

“automóvel não se fabrica, se compra. E tecnologia de carro é coisa de multinacional". Foi oque João Amaral Gurgel, o homem que construiu o 1° carro 100% nacional de sangue caboclo ouviu de seu professor da Escola Politécnica de São Paulo que quase o reprovou, por ter apresentado seu projeto de um carro nacional ao invés de um guindaste. Aquilo o soou como um desafio, fez o guindaste, mas, ficou a idéia do carro.
Foi para a General Motors Institute nos EUA, renunciando um salário de 10 milhões na COBRASMA, para ganhar 2,5 milhões na General Motors onde passou 2 anos, tempo que lhe serviu de aprendizado. Depois foi convidado para trabalhar na FORD até pedir demissão depois de uma discussão com o vice-presidente da companhia sobre a insistência do executivo em não trazer carros para o Brasil.

Foi quando decidiu fazer ele mesmo seus próprios carros: "Vou trabalhar em uma fábrica nova. Acho que vai se chamar Gurgel. Tenho US$ 50 mil para começar". Em 1969, criou, em São Paulo, a Gurgel Indústria e Comércio de Veículos, com quatro funcionários e produção mensal de quatro automóveis. Era o começo de uma história heróica, marco da história automobilística nacional!

A Gurgel começou a fabricar carros 100% nacionais (Br 800). Entretanto, a empresa não produzia todas as peças, ou seja, comprava algumas peças fabricadas pelas autopeças brasileiras. As montadoras multinacionais também compravam peças das mesmas autopeças. Deste modo, ameaçaram parar suas compras se as autopeças continuassem a vender para a Gurgel. É claro que a Gurgel não teve mais de onde tirar as peças de que necessitava e acabou por ir à falência. Assim agem as multinacionais, a sanha do punhal traiçoeiro.

Em 1994 veio a abertura do mercado e as portas foram escancaradas: o imposto de importação, da noite pro dia, despencou de 70% para 20%. Então a invasão dos japoneses, coreanos (e das próprias multinacionais instaladas no país) simplesmente esmagou as empresas brasileiras, e o sonho da tecnologia brasileira virou pesadelo: todas elas encontraram a bancarrota quase ao mesmo tempo.

Alguns podem considerar a tecnologia brasileira como um mero delírio ufanista, e talvez aludir ao célebre personagem Policarpo Quaresma, que no livro de Lima Barreto defendeu as cousas do Brasil até a morte. Mas não é bem assim: o Japão e a Alemanha reergueram suas empresas (e por conseguinte sua autonomia tecnológica) após a segunda guerra às custas de muita proteção e financiamentos por parte do estado; a Chrysler só sobreviveu à crise pela qual passou no final da década de setenta graças à ajuda do governo dos EUA. E mais recentemente, eis aí novamente o governo estadunidense salvando a GM e a FORD das portas da bancarrota!

Já os governos neo-liberais entreguistas do Brasil se orgulham de trazer para cá multinacionais estrangeiras aos montes, com vantagens fiscais que nenhum brasileiro jamais teve. Ou seja: exportamos os empregos no campo de ciência e tecnologia que tínhamos para outros países. Enquanto o governo propagandeia os mixos empregos para metalúrgicos criados pelas estrangeiras, nossos engenheiros dirigem taxis ou vendem pipoca para sobreviver.